Drª. Deise Cristina Balistiero
Dr. Jackson Sampaio Cordeiro
Respostas a algumas perguntas sobre anomalias dentais e faciais
O que são as anomalias dentofaciais?
São deformidades, normalmente mais expressivas, que ocorrem na região que engloba a face como um todo, incluindo a boca e a posição dos dentes nas arcadas. Elas são caracterizadas pela presença de desvios de ordem ortopédica, que podem ocorrer na face de crianças, pré adolescentes e adolescentes. Tais desvios não costumam estar presentes na criança por ocasião do nascimento, mas são adquiridos e evoluem durante o crescimento. São reversíveis, desde que tratados imediata e precocemente.
A herança genética tem alguma influência no crescimento facial da criança?
Embora essa seja uma crença bastante generalizada, pesquisas recentes esclarecem que ela não é procedente em sua totalidade. O projeto genético da face humana vem codificado para um crescimento e desenvolvimento normais, podendo, no entanto, ser prejudicado e alterado quando da sua interação com fatores ambientais e comportamentais. Nisso estão incluídas as doenças, que alteram a forma de respirar, os hábitos bucais e faciais nocivos e persistentes, acidentes localizados, etc.
É dessa interação genético-ambiental que resultam as anomalias e disfunções, das quais as mais comuns são as dentofaciais, conhecidas como ortodônticos, pelo fato de envolverem a posição dos dentes nas arcadas.
Quais os hábitos infantis que podem interferir no crescimento da face e na correta disposição dos dentes?
Os mais conhecidos são aqueles ligados aos atos da sucção e mastigação. Uso de chupeta e mamadeira por tempo excessivo, sucção de dedos, mordiscamento persistente de objetos e de unhas, além de bruxismo (ranger de dentes noturno), são alguns deles. Outros maus hábitos podem ser gerados pela posição inadequada de dormir, ou questões posturais do corpo impróprias, durante o dia, principalmente de cabeça e pescoço.
Há também os chamados distúrbios miofuncionais, diretamente associados à forma inadequada de respirar, como, por exemplo, interpor ou pressionar a língua entre os dentes, tonicidade da musculatura labial e facial alterada. Esses costumam fazer parte do quadro clínico de portadores de alergias nasais.
Existe uma idade mínima para tratar os problemas dentofaciais?
Essas devem ser tratadas logo quando forem diagnosticadas, independentemente da idade da pessoa. Quando realmente necessário, pode e deve ter início já a partir dos três anos de idade, o que não significa o uso obrigatório de aparelhos corretivos.
A idade pré-escolar, dos três aos seis anos, costuma ser em princípio, a idade ideal para se efetuar uma primeira avaliação sobre alguma anormalidade que esteja ocorrendo com a face da criança.
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