Drª. Deise Cristina Balistiero

 Dr. Jackson Sampaio Cordeiro

ABRINDO NOVOS CAMINHOS

Desde os séculos passados as mães  primitivas recorriam a gravetos adocicados para acalmar seus bebês chorões. Alguns estudiosos, descreveram um instrumento denominado “ trapo ou teta de açúcar”, que consistia de uma pequena bolsa de pano, recheada de miolo de pão, leite ou mel, amarrada em forma de seio, ofertada ao bebê com o propósito de nutrição e aconchego. A chupeta é um objeto de sucção cuja data de origem não se sabe precisar ao certo, porém, segundo achados arqueológicos datados de 100 a. C. sugerem que crianças romanas utilizavam-se de objetos de sucção confeccionados em cerâmica, osso e metais, que desempenhavam o papel de chupeta.

A sucção é um impulso presente desde o nascimento. A partir da 29ª semana de vida intra uterina, por meio da registros ultrassonográficos, já se pode observar a sucção, que servirá de treinamento para o segundo reflexo da alimentação: a mastigação. Sugar representa satisfação psicoemocional, de forma que cada bebê apresenta a sua necessidade individual. Quando o bebê mama, está satisfazendo duas necessidades: de alimentação e de sucção. Ambas devem ser satisfeitas ao mesmo tempo. No aleitamento natural, esta condição é conseguida mais facilmente, porém, se a necessidade de sucção for satisfeita antes da de alimento, o bebê  dorme e acorda em seguida, porque sente fome. Se, ao contrário, a satisfação de estar bem alimentado é conseguida antes que a de sucção, embora bem alimentado, o bebê fica inquieto por não se sentir completamente satisfeito.

Classificam-se estes hábitos em: nutritivos ( aleitamento materno e uso de mamadeira ) e não- nutritivo ( chupeta, dedo, etc. ), que inserem sensação de bem- estar, vivacidade e segurança. Acredita-se que a sucção não- nutritiva seja o primeiro hábito adotado pela criança, em resposta às frustrações, e se esta não tem acesso à chupeta, irá satisfazer suas necessidades com hábitos alternativos, como chupar dedo ( usando- o quando e quanto quiser ).É preferível utilizar a chupeta de forma restrita e, no máximo, até 2 anos de idade.

Cito alguns problemas bucais mais frequentes, causados pelos hábitos de sucção não- nutritivos, como: mordida aberta anterior, inclinação vestibular e diastema entre os incisivos centrais superiores, retro inclinação dos incisivos inferiores, etc. Temos que cuidar para que o hábito não se torne um vício;  a chupeta não, pode ser oferecida o tempo todo, e sim apenas em momentos de tensão. Nunca oferecer mais de uma chupeta de cada vez, nem deixar que fiquem penduradas no pescoço ou na roupa. Quando o bebê adormece deverá ser retirada de sua boca. Após  esta explanação, quanto a marca mais utilizada e conhecida foi a LILLO, a forma e o tamanho foram os principais fatores considerados pelas mães no momento da escolha e o tipo preferido foi a chupeta ortodôntica. Quanto ao material do bico, o mais comprado é o látex, embora o silicone também seja utilizado por um número significativo de mães. A beleza e o preço não foram decisivos na escolha. Desta forma, é importante que os profissionais, especialmente odontopediatras, conheçam quais as marcas, tamanhos, tipos, formas e materiais utilizados em sua confecção, para que possam estar preparados para fazer, precocemente, orientações que auxiliem as mães e evitem a instalação do hábito de sucção de chupeta e suas consequências  futuras.

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